Cortina que balançava ao vento

Borda de lençol de cor indefinida

E nos meus subterrâneos

A batalha libidinal

Sobre os seios de minha mãe

Solidão, não existia, então

 

Seu útero, meu espaço mais íntimo

Laço que jamais se rompeu

Resultei da multiplicação

Do eu que dela fez parte

Nasci não só para o mundo

Mas para mim mesma

 

Era um ser tão presente!

Nada me impedia a percepção

Do que era felicidade

Porque, na verdade,

Minha segurança

Vinha de sua serenidade

 

Ah, minha mãe!

Seus olhos eram

Minha área de refúgio!

Hoje é no meu olhar

Que você se refugia

 

Seus braços me contiveram

E ainda hoje... (mesmo frágeis)

Conseguem me reter!

 

 

Música: Dolannes Melodie

Alain Debra


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