Paulo Roberto Franco é manifestação cultural. Muito me orgulho de prefaciar o
seu segundo livro de poemas, pois ele não consegue viver onde não habite o ser
humano, a poesia e a canção. Aprendeu a sorver o dom inato que permeia seus
poros e se expande em exploração ímpar. É ser inspirado e inspirador que, de
maneira brejeira e singular, semeia virtudes e colhe plenitude, impávido e
provido do prazer de se desnudar, propagando a sua arte com as letras e com sua
música.
Os que lerem Paulo Franco, se não o conhecem, o descobrirão. Os que conhecem,
saberão um pouco mais. Sem pretensões de dogmatizar o idioma ou tentar algo
denso e rebuscado, sua linguagem flui plácida como um rio e posso até vislumbrar
o voo de exuberantes borboletas. Escritor de estilo próprio, sutil ao extremo,
dizendo verdades como se fossem papos de esquina, disseminando suas ideias como
o vento, que poliniza flores. (sejam mulheres ou margaridas)
Conduzir ideias é algo mágico! O autor mostra a leveza e o sentimento que emana
de cada um de seus textos, fazendo de nós, leitores, seus cúmplices e fãs. A
matéria rica brota fácil do poeta, que domina o universo da palavra, numa
criação sólida, bem acabada e prontinha para ser degustada e se perpetuar. Sua
escrita é porto seguro, cenário de sonhos e verdades, onde a emoção merece
palmas e respeito.
Se é fácil se apaixonar pela palavra de Paulo Franco, que nasce e toma seu
curso, vibrando nos ouvidos e em nosso interior, fica fácil continuar a leitura,
pois, nessa altura, já estamos apaixonados pelo escritor eclético, que
“borboleteia” sobre versos de amor, sobre a crítica social e também política;
ora sério, ora irônico e, quase sempre, com profundo bom- humor e irreverência.
Verdades terminam e se fazem presentes, mesmo na ficção, e nem sabemos,
exatamente, onde uma começa ou acaba. Isso não é problema... é solução.
Sua marca romântica corta os textos, numa sensação de buscas e descobertas,
quando tenho a impressão de que ele nos toma pela mão e interage conosco. É um
mundo se alternando em preto e branco e em cores, pois joga com a vida em suas
alegrias e tristezas.
O poeta tem consciência da carga que impõe aos seus escritos. Não os joga ao
vento sem a proteção necessária. Trabalha sobre os textos e manipula cada verso,
chegando à lapidação perfeita, para soltá-los pelos caminhos da poesia. Em cada
página, ele corta finas fatias em navalha de aço,que não faz sangrar, mas que
produz o bálsamo da cura. Ele conhece
o segredo de conduzir o pensamento e de criar...
Ele atinge o alvo!
Meu desejo? Que esse mesmo vento, do qual por duas vezes falei, leve o talento
do músico-poeta Paulo Franco para todos os rincões do nosso país. Que rompa
barreiras! Que chegue ao mundo!
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