Caminhando de mãos dadas com meu pai,
Avistei a solidão
Andando bem ao nosso lado.
Sombria inquietação (Era minha ou não?).

A lembrança dos anos de esperança
Falam sempre ao coração
E é normal perceber que percorremos
Ermos caminhos de solidão


Já no colo de minha mãe, me senti sozinho.
Confusão que me esfacela:
Não sabia se era a minha.
Não sabia se era a dela.

Voltando o rosto ao passado
A lembrança nos corrói
Das primaveras que sonhamos?
Ou das lágrimas que derramamos?

Mergulhei na multidão
A solidão foi atrás.
Uma corrente que eu arrastava.
Enigma contumaz.

Essa corrente nos acompanha
Enigmática?...Talvez
Mas a alma se refaz pura
Ainda que haja amargura

Nos bancos da escola, corajoso questionei.
No meu retiro amargo, percebi e respeitei:

Entre, trovador, pela porta das lembranças
Volte aos tempos de criança
Nem toda a desventura degenera em solidão

A solidão não é má;
Da solidão não se apela.
Não me puxa da vida
Mas me arrasta para ela.

Verdade...Solidão não é ruim
A voz interna, escuta, poeta!
Tinge teus olhos de sombra
Treme os lábios convulsivos,
Pois um anjo está velando
Tuas venturas choradas
Que vibram no coração

A sombria inquietação me faz companhia.
Reconsidero meu débil caminho.
E acabo sendo eu mesmo o meu mundo
Quando me acho sozinho.

Tua solidão é berço de mistério
De harmonia...
A alma bebe dos sonhos que suspiras
Poeta jamais fica sozinho!



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