Que
os credores batam n’outra porta
e
chova muito mais na nossa horta.
Que
todo dia seja feriado
e o
salário não chegue atrasado.
Que
toda alma seja bem lavada
e que
a nudez não seja castigada.
Que
todos morem na beira da praia;
nada,
daquilo que balança, caia;
Que a
gente fale apenas “por falar”
e
todos tenham tudo a declarar.
Que
seja carnaval o ano inteiro
e,
todo fim de mês, sobre dinheiro;
Toda
tristeza seja nostalgia
e a
gente chore apenas de alegria.
Que a
gente vá em frente, sem cair,
e, se
morrer, que morra só de rir.