Uma florzinha me olha

Com seus olhinhos profundos

Em delicadas reticências...

Há muito compreendida

A sabedoria desse olhar

Saboreio a filosofia

Desse seu silêncio...

Não floresce para ser vista

Nem para ser aplaudida

Floresce porque a vida

Em todo o seu esplendor

Não a move por motivos externos

Só a impele a natureza interior

Uma florzinha me olha

Desabrocha na suprema graça de viver

No castelo encantado de adolescer

Com viçosas pétalas

Entre crianças... entre anjos

E ergo para ela

Minha humilde capelinha

Minha majestosa catedral

E nesse santuário lhe ofereço

O culto do meu amor

Uma florzinha me olha

Com olhar diferente

Cravado de pérolas preciosas

Um tesouro oculto

Dentro do coração

Florzinha que anseia

Que palpita...flor de lis

Que, às vezes, pensa sofrer

Mas que é muito especial

Deus, no seu bem querer

Ofereceu todas as ferramentas

Para que seja muito feliz!

Uma florzinha com fé plantada

Cultivada... regada... adubada

Para quem o difícil será fácil

O amargo será doce

A escuridão... luminosa

O pesado sempre leve

Olhos lacrimosos... sorrisos

Busca, florzinha, dentro de si

O Divino Mestre

E então, sua juventude

Deslizará tranquilamente

Através de noturnos mares

Sob céus bem estrelados

Dirigida pelo sopro... brisa suave

Do incondicional amor de Deus...