Lembro
das tardes amenas
das noites serenas
eu sonhava venturas
tinha fé no porvir
acreditava que toda história
tinha um final feliz
Devaneios infantis
"Quando eu crescer...
Ah"! Quando eu crescer!!!"
Devaneios adolescentes...
"meu príncipe...
meu herói...
meu rei!..."
As lembranças são prêmios
mas elas doem
porque não voltam mais
Corríamos pelos quintais
eu e meus quatro irmãos
Pulava amarelinha
Tinha meus brinquedos
mas ninguém para brincar
Preferia os deles...
Fazíamos estradas de terra
em volta das mangueiras
cada um puxava
por um barbante,
o seu carro
e corríamos
alucinados...
só para ver quem chegava primeiro
os pequeninos, (coitados)
sempre em desvantagem
Tínhamos a nossa amoreira
e cada um, o seu galho
éramos macaquinhos
pendurados
Hoje, tantos anos passados,
caminhamos por estradas reais
cada um com seu carro
infância distante,
quase esquecida
vidas diferentes, sortes também
sonhos soterrados,
destinos desiguais,
uns com esperanças,
outros não...