Outrora,
Cascata soberba
Hoje, num pequeno ninho
Pendendo sobre espumas
Na forquilha do ramo
Tu és o frágil passarinho
Eras tão bela, minha mãe!
Hoje, com rosto vincado
Sem sorriso...
Olhos apagados...vazios
Pernas, outrora perfeitas
Já nem se arrastam
A voz, de timbre tão forte
Murmura o imperceptível
Todas as vezes
Em que apertas minha mão
Ouço teu grito emudecido
O choro de tua tristeza velada
Não aceitas tantas limitações
Segura, mãezinha
A mão do Senhor
Segue adiante
Nada temas
Não lamentes
Pois na cascata de outrora
Há estagnação
Repousa tranquila
no límpido lago
Dos olhos de Deus... |