Todos faziam poesia
mas havia muitos anos
que Maria não escrevia
que Maria não sonhava
que Maria só existia...
Havia até esquecido
que havia tanta poesia
para ser escrita
para ser cantada
para tantas Marias
para tantos Josés

Um dia, do sono letárgico,
a poeta desperta
e vive momentos mágicos
Com a caneta e o papel
sai por aí, poetando...
Chega de isolamento!
E busca a inspiração
nos sentimentos contidos
nos campos e montes floridos

Hoje, não existem relógios
que possam marcar o tempo
Maria faz o pensamento voar
e viaja na fantasia,
pois sabe que, certamente,
existe um José ou outra Maria
carente de amor e alegria
machucado pela solidão
buscando a mão que acaricia,
os lábios que beijam...
a palavra que liberte...
um aprisionado coração

Alguém, quem sabe,
sonhando com o marinheiro
que tome para si
o leme do seu destino
e a faça navegar
por mares de águas calmas
roubando-lhe beijos ardentes
como quem rouba sorrisos
vivendo mágicos momentos
que sejam infinitamente felizes

Consciente de que a vida é breve,
a paz é necessária...
o amor areja o pensamento,
faz faxina na alma...
os combates ficam mais doces,
tribulações são brinquedos,
a gente esquece os medos,
pois grandes emoções não têm preço
Não importa ter chorado ou ter sofrido
se pelo menos por instantes,
não tiver dúvidas ou tormentos
para viver em plenitude
alguns mágicos momentos!