Do alto
protetor
Dos ombros de
meu pai
Contemplei o
mundo
Com olhos
deslumbrados
Provei
contentamento
Conheci cores e
luzes
Admirei
mulheres
Embrulhadas em
tecidos
Almas opacas...
almas arredias
Do alto
protetor
Dos ombros de
meu pai
Eu chegava
rápido no alto
Era grande sua
destreza
Conheci feiúra
e beleza
Mas,
infelizmente,
Foi corrida de
tempo curto
Lembro que de
vez em quando
Eu desembarcava
em seus ouvidos
E o fazia feliz
Ao dizer:
papai, eu te amo!
Do alto
protetor
Dos ombros de
meu pai
Ouvi o chamado
do mundo
Mas um dia, um
sorriso breve
Sem
possibilidades de retorno...
E lá se foi o
corpo paterno
Deixando um
corpo filiado
Dolorido de
ausência
Já não vejo o
mundo
Do alto
protetor
Dos ombros de
meu pai
Nunca soube os
motivos de Deus
Só sei que Ele
o convocou...
E meu pai,
humildemente, obedeceu.
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