Pedras
imensas
formavam
uma
barreira
para que
eu
adentrasse
na
estrada
do
sonho.
Tentei
subir,
fazer
delas
trampolim,
mas,
pouco
habilidosa,
escorregava
e
voltava
ao ponto
inicial.
Subi
numa
árvore,
pendurei-me
num
galho e
tomei
impulso.
Ele se
quebrou,
caí
sobre as
pedras,
ralei
braços e
joelhos.
Uma
águia, a
tudo
observava.Ofereceu-me
seu
dorso e
fiz dela
o meu
pégaso.
Alcancei
as
alturas
do azul
infinito.Que
maravilhosa
sensação
de
liberdade!
De
repente,
o céu
enegreceu
e a
tempestade
não
demorou.
Numa só
guinada,
a ave
perpassou
as
nuvens e
plainou
sobre
elas.
Depois,
continuou
voando
na
vertical.
O mais
curioso:
Eu não
precisava
de ar
atmosférico,
mas
sentia
no
espaço
um suave
aroma de
rosas.
A águia
deixou-me
no solo
de uma
estrela
branca,
sem
brilho,
não
visível
para os
terrestres.
Chão
transparente
feito
água,
porém
sólido.
Caminhei
quilômetros
sobre
ele.
Meus pés
não se
ressentiam...
o
cansaço
não
vinha;
eu
queria
mais...
nada de
remanso.
Cheguei
a uma
montanha
feita de
nuvens
de
algodão.
Escalei-a,
deitei,
rolei
sobre
ela. Que
maravilhosa
sensação!
Alcancei
uma das
cinco
pontas
da
estrela...
olhei
para
baixo,
tive
medo. Só
via
nuvens
correndo,
numa
estranha
cavalgada,
como
corcéis
brancos.
Aparentemente,
a
estrela
era
deserta.
Nem
plantas,
nem
animais,
nem
gente;
mas eu
não
sentia
solidão.
Eu me
bastava
naquele
lugar.
Contemplava
o nada
extasiada.
Caminhando
mais um
pouco,
cheguei
a uma
vasta
planície.
Creio
que era
bem no
centro
da
estrela.
Era um
chão de
terrinha
muito
branca,
parecia
açúcar.Surpresa,
deparei
com
extensa
plantação
das
minhas
quimeras,
de
sonhos
desfeitos
na
Terra.
Ali,
encontraram
solo
fértil e
resplandesciam
em
beleza.
O
impossível
não
existia.
Todos os
meus
"irreais",
bem
materializados,
frente a
um
horizonte
sem
mácula...
alvacento.
Uma
porta
bate, ao
sabor do
vento.
Acordo
assustada.
Um
torpor...
abro os
olhos
lentamente.
Alvos
lençóis.
Percebo
algo
preso
nas
unhas...
(terrinha
branca
como
açúcar,
talvez.)
Concluí
que fiz
uma
incrível
viagem,
não ao
espaço,
mas à
minha
alma.
Era um
espaço
sem
brilho,
alvo...mas
agradável.
Eu até
queria
ficar
por lá!
Que
importa
a
solidão
e o
vazio,
se nosso
interior
tem
paisagens
bonitas,
ainda
que
feitas
de nada,
sem
colorido,
desbotadas.
Tudo
depende
da
maneira
de ver e
sentir
as
coisas...
de
interagirmos
com
elas.
Por mais
tristes
que
estejamos,
trazemos
nas mãos
as
sementes.
Podemos
escrever
versos,
viajar
nas asas
da
poesia...
alegrar
quem
ousar
nos
ler...
sair por
aí
plantando
quimeras. |