Por que sinto-me assim, uma flor encolhida
Alma algemada... grávida de emoções
E sem forças de concepção? |
Por que sinto-me assim, revivido sopro
Com mãos trêmulas entornando o mar
No ventre de uma angra tosca e escura? |
Um nó... Atravessado na garganta da Poesia
Cega de saudades, morrendo na nostalgia
Luares desabridos nos olhos dos poemas! |
Sou a ânfora que traga o redemoinho
Sou a rocha vaga que lambe o arco-íris
Abrindo conchas à procura dos meus versos |
Sinto-lhes o perfume, respiro-os na brisa
Mas, ruíram as pontes...Calaram-se as canções
Palavras! - Sem cor ou paixão! |
Mas eles existem sim, aqui, dentro de mim
A espera do búzio das cigarras
Cuspindo em meu crânio, em sopro quente |
Tímidos colibris recolhidos em suas
penas! |
Carrilhões que se
dobram... emudecidos! |