LUIZA DE MARILLAC |
JÔ TAUIL |
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Sem saber do destino
A quota reservada
À minha felicidade
Procuro-a, perco-a |
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De sonhar, não deixo
O fracasso, não temo
Nada de estagnação
Acreditar é preciso |
Faço o que não quero
E algo se apossa
Da essência de minh`alma |
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O passado, não maldigo
O tempo é veloz, impiedoso
Mas primavera ainda é possível |
Flores e um lindo riacho
Passarinho sossegado
Meu filho já criado
O pão sempre à mesa |
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Alguns sonhos realizados
Mas a busca é contínua
De sentimentos que renascem
De esperanças soterradas |
Meus ardores premiados
Sem queixas de amor
A pena em minhas mãos
Deitada sobre o papel |
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Não operei milagres
Nem obras grandiosas
Nos versos desencontrados
O pensamento voa livre |
Assim quero ir embora
Sem dor fatal
Com o prêmio de escrever
O suspiro eterno |
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Sem coração arrebatado
Sem encontros inesperados
No epitáfio, apenas versos
Como derradeiro troféu |