Meus filhos,
projetos de gente,
corriam pelos quintais
inconseqüentes

Quando adolescentes
não me deixavam dormir
enquanto não estivessem
sossegados no leito

Quando casaram
ambos no mesmo ano
vi-os adultos
vi que cresceram
e estavam indo embora

Da infância
ficaram lembranças
as tantas fotografias
de um tempo feliz
que não volta mais

Hoje,
vejo-os nos filhos
nos sorrisos,
modo de falar,
no jeito maroto de olhar
E o ciclo se repete

E eles nos amam mais
porque sentem na pele
as noites insones
a febre que não passa
os joelhos ralados
os braços quebrados
o castigo...

A mãe megera,
de repente,
vira sábia,
conselheira
confidente
amiga...

Quando se foram
pensei tê-los perdido
Que nada!
Foi aí  que encontrei-os!




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